As estratégias parecem-me fáceis de desmontar. Apresentam provas dadas na vida mas apressam-se, por receios fundados delas não serem convincentes, a vestir a pele de cordeiro de gente boa virada para os outros. A alma (supostamente à procura de admiração) e o propósito (fingindo ser o que não é) dividem as tarefas na harmonia impossível de uma generosidade dolorosamente sentida ausente. Mas como os tais outros, beneficiados e gratos por esta louvável magnanimidade, podem duvidar, importa inverter o ser e o parecer, forçando-os a um abraço afetado para que a fachada prevaleça sobre o silêncio da verdade incómoda. As máscaras da sociabilidade, da amizade e do gesto da partilha, completam a nudez da burlesca teatralidade. Como sempre, estes generosos e retóricos democratas pensam em primeiro e em último lugar em si próprios. Deste modo e inevitavelmente, qualquer sucesso arrasta consigo o incontornável fracasso de um altruísmo falsificado. Então, o que os move? As respostas podem ser muitas e diversas. No entanto, um denominador comum; a imoralidade da moral dos que dominam e, a fazer-lhes companhia, o estado de espírito dos tolos inseguros e ridículos que, sem futuro, querem apenas afirmar preponderâncias circunstanciais que o tempo favorece. Pior ainda, apropriando-se do que não devem…
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