terça-feira, janeiro 01, 2013

UM SILÊNCIO MALSOFRIDO

u136-Manos_dibujandoNeste período de solicitações desusuais, a liberdade desconjuntou-se por entre missões próprias da época e algumas escritas para outros endereços. Daí, este silêncio malsofrido para com este meu parceiro do grito argumentado. No entanto, duas daquelas escritas, colocá-las-ei aqui depois de publicadas na “ESCOLA/informação”, revista do SPGL (Sindicato dos Professores da Grande Lisboa).

A primeira das escritas termina assim; “ …O politicamente conveniente não é, nem poderia ser, um lugar rumoroso. Ele nada anuncia e a discrição é o seu poderoso disfarce. Habita (por isso), na excelência do silêncio, os lugarejos onde se engenha o domínio e a acomodação das verdades e dos saberes úteis. Verdades e saberes que obedecem a vontades de poderes combinados, embora nem sempre amigáveis, que dão forma e traçam os roteiros, beatos e amáveis, donde irrompe o dizível. A insurgência tem uma outra vontade, provavelmente avessa, não desconhecendo que os poderes renascem sempre e que sempre reagem onde a liberdade espreita. Assim sendo, a militância da insurgência regressa, igualmente sempre, ao prólogo de um texto que o legitima acreditando que o texto que sucede seja distinto, naturalmente para melhor”.

A segunda, num outro registo; “Finalizando, estou certo que aqueles adultos apreenderam que a identidade é uma invenção contínua que se tece com material não inventado. Por isso, compreenderam também que a identidade não é um dado mas um processo pelo qual as bases da socialização são trabalhadas e ativadas, incluindo as mais sólidas. Se assim é, como admito que seja, pensar a educação e a formação, nomeadamente de adultos com menor escolarização (mas não só), não pode nem deve dispensar este delicado mas necessário trabalho identitário. Ao menos, uma maior atenção e uma mais eficiente consideração por ele, uma vez que (a sugerida e enaltecida) educação permanente e emancipadora não deixa de por aqui passar. Na verdade, nascimento não é destino mas tão só um começo”.

Assim sendo, e depois desta justificativa, um “até breve” e – já agora – façam (o que está ao vosso alcance) por merecer um tempo mais respeitoso em 2013.

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