segunda-feira, agosto 25, 2014

A VIRTUDE DESALMADA DO MEDO

diaborealNão é forçoso ser-se uma sumidade para caucionar que o homem, como ser pensante que é, se desdobrou ao longo dos tempos através do pensamento. Por conseguinte, se o pensamento teceu a sua exercitação, a liberdade de pensar faz-se seguramente exigência da humanização do seu ser. Adversar essa liberdade é inegavelmente impedir assim o aperfeiçoamento humano. Deste modo, os medos irracionais, que intencionalmente se instilam no homem, inscrevem-se nessa adversão. O medo dos deuses faz parte dessa irracionalidade onde se firmam as raízes psicológicas das religiões e dos seus arcaísmos filogenéticos. Deste jeito, libertar a humanidade desses medos passa por harmonizar a sua razão com a ciência abandonando o cativeiro das sombrias crenças desse divinizado temor. Eis a insuperável contenda entre a religião e a ciência. As aclarações naturalistas das ocorrências da vida impacientam, deste modo, manifestamente as religiões. A ciência, através da sua investigação e evolução, abala teimosamente a arrumação das suas essências cognitivas e éticas. Exaltar a liberdade de pensamento é, acima de tudo, enaltecer a virtude da dúvida em prejuízo da inflada virtude da fé. A verdadeira liberdade não é possível enquanto os homens sofrerem desse intrigante medo. Das divindades e de outros espíritos confrades que por aí borboleteiam.

 

Imagem retirada DAQUI

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