sábado, setembro 27, 2014

FELIZMENTE, CUIDO BEM DO MEU MAU-FEITIO…

 

Não me abastardo em pensamentos que descansam e se deleitam no recosto das profecias. Daí, a minha forte descrença e suspeição por um qualquer profetismo, seja ele qual for, e que me levam, isto posto, à radical rejeição dos idealismos a que aquelas, as profecias, se prestam.

 

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O que é a inteligência, o que se pode admitir como briga e o que se deve considerar desnecessário? Por mim, o silêncio é (e será sempre) resposta ao que não vale mesmo nada tendo em conta a materialidade em jogo. Todavia, nem sempre o que parece evidente como irrelevante é insignificante. O "pronto-a-repetir", circulante e dominante, alimenta uma acrisia ideológica que importa esgrimir. Assim não se sendo, o silêncio tornar-se-ia cúmplice e a involuntária aquiescência abdicação. Seja qual for a escala e o lugar da cena, prefiro tourear o escolho de ser acusado de tonto (embora íntegro e de corpo inteiro) do que me mostrar inteligente num suposto regime de part-time do enfatuado (mas execrável) bando elitista do politicamente correto. Aliás, só assim penso respeitar o Outro, mesmo discordando dele em absoluto. Apreciar, comentar e ajuizar as presumidas conversas-da-treta é recusar, por controvérsia, o tedioso tretear das nossas incontornáveis circunstâncias e do consequente e depressivo depauperamento relacional e ético das nossas vidas.

Como eu agradeço à minha avó paterna, de nome Justina, os genes legados daquele seu (hoje meu) mau-feitio que me protege e não só! Um mau-feitio que escora em mim o sentimento saudável de me sentir sempre presente e, sobretudo, verdadeiro.

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