segunda-feira, outubro 13, 2014

UM ELOQUENTE RETRATO DO FIGURANTE

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Não foi exatamente assim que o admirável EDUARDO PAZ FERREIRA[1], ao falar sobre o seu livro Da Europa de Schuman à Não Europa de Merkel[2], resenhou o figurante François Hollande. Mas quase, e a responsabilidade do diferente é toda minha…

Sou uma viúva de Hollande, não propriamente uma daquelas que ele visita de motoreta mas, uma das muitas apatetadas que acreditou na sua secreta virilidade capaz de dar aos franceses ajuizado rumo e marcha ajustada, prometendo (para tal) domesticar a devassante tartaruga merkeliana. Confesso que me enganei. Para libidinosa desilusão minha, saiu-me um gajo achavascado e tão redondo que nele não enxerguei ponta alguma por onde lhe pudesse agadanhar. Sinto-me uma viúva com a lasciva alegria enlutada e envenenada. Enfim, sinto-me uma estranha e fogosa viúva-negra. Às viúvas de todo o mundo, … cuidem-se.


images[1] Eduardo Paz Ferreira é, de acordo com o entrevistador Nuno Ramos de Almeida, com o seu humor, sagacidade e ironia, um dos maiores críticos desta Europa realmente existente e um dos maiores defensores de uma utopia continental.

[2] Em entrevista dada ao jornal I (Suplemento LIV), de 11.10.2014.

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