sábado, dezembro 27, 2014

AS ONDAS PANTANOSAS DA INDÚSTRIA DA CONSCIÊNCIA

O-que-e-Industria-CulturalO atual pântano ideológico (que nos sitia) proclama o princípio supremo da livre competição, no granjeio sempre diversamente materializado, como uma condição medular à realização do bem-fazer coletivo. Como consequência, admitir e encalçar o desígnio do interesse comum torna-se, nesta imaginativa lógica, num cogitar fossilizado face à demanda do bem-conceituado sucesso individual e dos valores que o ratificam. Por vezes, quando a circunstância se oferece e se enfrenta o tema, as críticas dos presentes a uma tal premissa logo se rateiam entre o vanguardismo acusativo da retrogressão e a vigilância sarcástica do radicalismo revolucionário.

Os situacionistas, gente bem instalada e uma outra aparvalhada que se julga aí hospedada, de imediato se esquivam a malbaratar o seu suposto e aburguesado valor social, sempre superficial e quase sempre contrafeito, e corporificado por trás da lídima ostentação ou da mimetização burlesca da sua arquitetada aparência carnavalesca. No quadro desta sucinta sinopse, estes situacionistas, sobretudo os aparvoados, encanzinam-me porque, perdidos nas veredas da moda e dos seus modismos, pela estreiteza ou lateralidade destas, não enxergam o que vale pensar e discutir e, como nos alerta Kurz Robert, alegremente gastam o seu tempo crítico a surfar as ondas pantanosas da indústria da consciência. Nestas águas, as da consciência, procuro não ser cândido e muito menos indiferente. Assim sendo, tal agastamento não abocanha a tenacidade do meu enraizado inconformismo.

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