quarta-feira, fevereiro 17, 2016

A EROSÃO DA DECÊNCIA

 

confiança-thumb-800x381-99258Isabel Stilwell e Ferreira Fernandes falam ambos sobre um garoto de 12 anos traído e, este último, em artigo de opinião no DN, apoquenta-nos, e bem, alegando que o problema é nosso. O garoto é filho de Bárbara e Carrilho e foi a tribunal com a garantia de que seria protegido. Abrigado da morbidez daqueles miseráveis que vivem, deliberada ou impensadamente, do sangue dos outros, acrescento eu. Três pessoas estiveram presentes na sala de audiências mas nada impediu a profusão do relatado. A violação do proposto torna-se escândalo mas, porventura, mais escandaloso será a inconsequência da atroz indecência.

Leio alguns jornais com distância e vejo televisão com desconfiança. Aprendi, à custa de uma tola ingenuidade, que o devir radical dos indivíduos não dispensa a individualidade corajosa que se torna presente em todo ou qualquer terreno em que se tecem e tramam as sujeições. Os efeitos dos media estão suficientemente estudados, merecendo aqui sublinhar a construção de sentidos mais do que sobre conteúdos, com propósitos e interesses diversos. Esta traição nada mais é do que uma habitual cortina de fumo que aparentemente separa a miséria das pessoas e os interesses que trabalham a sua alienação. A falta de nobreza procurará a sua compensação no dinheiro fácil e, sobretudo, nas gratificações dos poderes agradecidos. Que razão é esta que se esclarece contra a mais humana das razões?

Sem comentários:

Enviar um comentário