segunda-feira, novembro 13, 2017

O DESEJO DETERMINADO DE DURAR QUE SEMPRE PREVALECE

Ao João, amigo de longa data!

O passado é uma anterioridade sempre relembrável. As suas precedências alimentam as memórias do tempo presente. Estas, permeando o futuro, não decretam, porém, o Futuro. Neste porvir, pela esclarecida coragem, recuperam-se transvios recuados. As descontinuidades prestam-se, por isso, a tais reparações. Outras prioridades se revelam então. E a ordem a contrariar, na aparência precisa e arrastada, desnuda-se. Anuncia-se, afinal, atacável pela necessidade destemida do reparo. A vida, essa, enquanto ordem última, resiste e projeta-se nesse outro Futuro a inventar. Os impulsos, as motivações e as emoções, que outrora atraíram, mostram-se, pois, debilitados e inexprimíveis. Deste modo, a vontade traída, retira-se do beco sem saída do juízo gratuito. Os meios desobrigados dos seus fins, mostram-se pequenas artes para tão pobres propósitos. Sobrepõe-se, de agora em diante, o desejo determinado de durar que sempre prevalece. E o caminho, decerto, acontecerá desdobrado em múltiplos e merecidos possíveis.

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