quarta-feira, abril 25, 2018

ITINERÂNCIAS DO SILÊNCIO AO VALOR DA PALAVRA


O incitamento ao silêncio habitualmente por si se confessa. A sua originária estranheza dissipa-se, aclarando-se, com o desenrolar do seu pulsar enovelado. De começo, aparentemente intangível, o silêncio vai-se assim deslindando. Os sinais, gestos por demais humanos, soltam decerto o recôndito segredo. Para tal, subsiste a sua ramosa proximidade. A que o acompanha de perto e uma outra que o orienta para lá da circunstância. É assim um silêncio que fala sem palavras, espelhando a translucidez do não-dito. Quiçá, um silêncio que aguarda sereno a vez da palavra necessária. Deste jeito, o sentido do silêncio passa por esta arte de bem usar a linguagem do dizer e do não-dizer. Uma aprendizagem que se firma no recato da presença autêntica, sem distâncias ou vazios. Um silêncio sem solidão, afinal preso ao apego e à vontade de sempre fazer. Não se me apresenta simples. Embora tardiamente, vou-me aventurando no empreendimento.

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