domingo, maio 06, 2018

SERÁ O TEMPO DO DESTEMPO?


Apanhar a tempo o tempo é uma qualidade política. Fazer da contingência uma possibilidade é exercer essa qualidade a tempo. Era cedo, sim; poderia ser tarde, evidente; mas será que é agora o tempo certo? No Congresso far-se-á, naturalmente, juízo desse tempo. Sócrates, tendo ido, mas não desaparecido, fulgurará nele com uma exabundante e somada vida. Não obstante, para um cruel estrebuchar, afinal para um desenlace último, quiçá insondável, creio por muitos apetecido. Atados pelo desfastio, mas desavindos na fraterna briga entre a história e os votantes. Uns, escudados na nobre retórica do célebre imperativo categórico; o de à Política o que é da Política e à Justiça o que é da Justiça. Os restantes, decerto bem mais numerosos, fartos de más companhias, entredentes desfraldam, embora retraídos, opostas vontades. Para estes, o categórico não dá votos. Outros imperativos os inspiram. Prouvera Deus, diz o ateu, seja outro que não o asfalto esburacado da terceira via. Haja tempo. O Congresso atestará.

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