terça-feira, outubro 08, 2024

O DESPERTAR LENTO DO COMPROMISSO COM A VERDADE

Academicamente a filosofia poucas vezes comigo se cruzou nos caminhos edificantes da escola. Eis uma insuficiência, algum tempo atrás por mim sentida como uma expressiva carência na arte de dialogar com a vida. Trancado em estipuladas noções teóricas e no seu cómodo repouso generalizado nem sempre povoei, experienciei, o sentido real do existir. Pensei comodamente em uma integridade humana facilmente acobertada no decifrável horizonte das incorporadas abstrações. Nos últimos anos, e com o tempo e empenho para tal, encontro-me voltar atrás, e com otimismo e atrevimento, reinventando rumos e deslocamentos das minhas gastas e destoantes arrumações sugeridas pelo sono da inércia. A filosofia reconhecida como modo de vida acumulou em mim não só uma presença, mas igualmente um estímulo ao alento performativo, uma inspiração associada a essa força ética que se identifica com esse incontornável compromisso com a infinda verdade. Como? Pouco ou nada sei. Ainda assim, reconheci a urgência de me libertar do ignorante medo que me venceu, assim como me atrevi a alumbrar a obscuridade que, no tempo ido, o entendimento me turvou. Com o tempo fui, igualmente, distanciando-me desse erro acomodado e idiota feito arma da protocolar embustice e, como não podia deixar de ser, agregadas às superstições dos múltiplos poderes desses mágicos, esses multifacetados artistas das crendices irracionais. Não chegarei lá onde quero, estou certo. Todavia, vou caminhando espairecendo outros ares assumindo o admitir a filosofia como um objeto histórico entre outros.

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