sábado, abril 28, 2018

… as redes sociais vieram dar voz aos imbecis!


Regressando a esta asserção polémica de Umberto Eco e em resposta a um comentário produzido face à postagem na altura por mim colocada no facebook, senti-me na necessidade de expor o seguinte esclarecimento, que achei por bem incluir (hoje) no GRITOEARGUMENTO.


Esclareço que julgo não ser um bobo feito “profeta da desgraça” no que respeita às tecnologias digitais. Nelas não pressinto, de modo algum, o diabólico, nem empobrecimentos avassaladores. No plano pessoal, a elas recorrendo hoje como um recurso inevitável e altamente vantajoso, não deixei, porém, de conviver, de ler e de escrever, aliás agora até com cuidada regularidade e entusiasmo. Reconheço, como a generalidade das pessoas, que as armadilhas não estão na tecnologia, mas na forma como se usa e se convoca o seu uso. Algo é certo e que importa registar; a evolução digital favorece e potencia transformações bem visíveis nos paradigmas tecnológicos com um enorme impacto nas dinâmicas sociais, nas mutações socioculturais e, até mesmo, nos nossos ambientes antropológicos. As redes sociais fazem parte desse grande domínio, hoje designado por cibercultura, através das quais se partilha valores, linguagens e ícones. Assim sendo, não se trata de calar os imbecis que legitimamente por aqui jornadeiam. O que importa dizer é que os há e em número enorme. Imbecil, refere o dicionário, é um idiota, um parvo ou mesmo um tolo que alimenta, pela negativa, e frequentemente com petulância, a asneira grossa, a mediocridade ética, o ataque injurioso e não tanto o desconhecimento e a ingenuidade. Denunciar este tipo de comportamentos, diria de fenómeno, é um exercício de responsabilidade e de cidadania. Provavelmente, Umberto Eco usou de uma estética discursiva altaneira e deselegante. Mas este suposto pecado do doutor honoris causa não dá, de modo algum, razão aos imbecis e aos seus comportamentos.

Sem comentários:

Enviar um comentário