Num tempo de mediações meândricas e de contornos incertos, a mediatização impõe-se. Praticando a ligeireza e a superficialidade. Sem critério, e sem tempo, agitando enxurradas de imagens no efémero fundo do excesso. Macaqueando arremedos de realidade, quiçá distrativos, mas cínicos e duvidosamente escrupulosos. As audiências ordenam e as receitas testemunham. O caótico do imediato enjaula assim a ilusão, imobilizando a mediação na sua exigência e alcance. Em suma, ao contrário do que se julga, tolhe a liberdade, espalmando-a ante o desmedido peso de uma “máquina de subjetivar”. Determinando, e maltratando, deste jeito, esse lugar primordial, e genuíno, de se ser sujeito, sujeito pensante. Retraindo e comprometendo o livre exercício da liberdade. Na legítima e humana formação da subjetivação, do refletir e do pensar. Com tempo.
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