Nota; o texto apresentado é da autoria do meu amigo DELFIM CAMPOS
Já o
disse e reafirmo: é uma miserável IPSS espelunca esta em que estou internado.
Melhor
diria, encarcerado.
Mas
eu reconheço que o pessoal auxiliar e de enfermagem todos nos mimoseiam
constante e continuamente com açucarado tratamento.
Ele
é “vamos comer, querido”, “são horas do soninho, amor”, “vamos
tomar os remédios, meu lindo”.
Ora,
é inevitável, ao fim de algum tempo já não se aguenta tanta pieguice.
É
demais.
Há
uns dias atrás, calhou-me em sorte aparecer a despertar-me uma matulona de meia
idade, a abanar-me e a sussurrar-me: “São horas do banho, amor lindo, vamos
acordar…”
Recalcitrante,
estremunhado, virei-me para o lado e fiz tenção de reatar o meu interrompido
sono.
Mas
a gaja era insistente e porfiou: “Então, querido, vamos lá tomar o nosso
banhinho, vai-nos saber tão bem!”
Aquilo
decidiu-me: sentei-me na cama, sorri-lhe o sorriso mais escancarado e descarado
que consegui, e convidei-a: “Vamos lá, então, querida. Eu dispo-te, tu
despes-me, eu ensaboo-te as mamas e tu lavas-me a piloca…”
Ficou
fula num instante, os peitos inchados que nem câmara de ar de camião TIR: “Seu
filho da puta mal educado!!!”, grunhiu-me furibunda.
Tentei
aplacar a megera furiosa: “Minha senhora, a senhora disse ‘vamos’. ‘Vamos’ é
1ª pessoa do plural. Por isso, já vê…”
Não
viu ou não quis ver. Atirou-me à cara uma almofada quase tão anafada como a sua
monstruosa mamosidade e desandou porta fora.
Vá
lá a gente querer ensinar a língua portuguesa à plebe ignara.
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