terça-feira, outubro 24, 2023

CUIDAR DO (IM)POSSÍVEL

O desabafo apegado e continuado do “viver dia-a-dia” arrasta consigo uma descuidada resignação à indiferença. Nela, o futuro acha-se longe de mais, o passado já era, restando assim, e tão-somente, o imediato do possível. O porvir, deste jeito, vai-se servindo de uma almargem de sobras pintadas, calcorreando o prado representável pela onda da moda para uns ou para o mau comum da inópia de outros tantos. Ou melhor, uns pelos seus atalhos de liberdade nessa doutrinada egolatria em festa a que se chama mercado, outros pela servidão enquanto coisa egrégia dos nobres pios cotados. Ainda assim, nunca se entregando consciências, importa lembrar que impossibilidades de ontem são hoje obras inflexíveis da decidida ética que acredita, e insiste, em um amanhã pronto a não comerciar o (im)possível do inclusivo percurso da dignidade humana. Assim matutando, mais vale consciências ideologizadas do que remanentes e acomodadas consciências alienadas. 

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