Um artigo de opinião onde se pode ler …
Os grupos sociais que produzem as crises mantêm em geral, e salvo casos raros de colapso sistémico, a capacidade de definir a crise de modo a perpetuar os seus interesses durante e depois dela. A crise só deixa de ser destrutiva na medida em que se transforme em oportunidade nova para as classes sociais que mais sofrem com ela. E, para isso, é necessário que os termos da crise sejam redefinidos de modo a libertar e a credibilizar a possibilidade de resistência, o que implica luta social e política.
ACRESCENTO, provavelmente arrebatado, manifestando em alto e bom som, que o movimento socializador do reconhecimento do(s) indivíduo(s) e, sobretudo, do indivíduo enquanto totalidade, pode e deve inscrever em si a necessidade, e como tal, a legitimidade humana e moral das lutas social e política. Um crime de roubo, facilmente se reprova porque o direito à propriedade, sagrado que é, foi amputado. E os crimes contra a dignidade e a integridade das pessoas? E onde estão eles, esses criminosos, muitos dos quais se passeiam pelos ecrãs das nossas televisões? Tenho para mim que a cidadania, e o sentido de humanidade que a engrandece, através da indignação ativa e consequente, constitui um pilar essencial à criação de relações de reconhecimento eticamente amadurecidas, pressuposto insubstituível na (re)construção efetiva de uma comunidade justa e solidária feita de cidadãos livres. Para mim, com toda a sinceridade o afirmo; há muitos criminosos da fato e gravata em liberdade … para mal do BEM COMUM !
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