terça-feira, abril 17, 2012

UNIDADE E SENTIDO DE RESPONSABILIDADE – AS ELEIÇÕES NO SPGL

 

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A 31 de Maio vamos ter eleições no SPGL. Alguns anos afastado de responsabilidades sindicais, as memórias despontam e o desassossego que daí advém convoca a historicidade de uma reflexão própria que (ao avivar conflitos) se torna necessariamente dolorosa. Uma narrativa que atinja a vida, sobretudo a pretérita, não deixa de ser uma produção permanentemente atualizada de uma construção progressiva de si. Memória e reflexividade, na sua relação penetrante e movente, arrastam consigo a inevitabilidade do (des)conforto das fidelidades, das recusas e das reconciliações.

É neste quadro que tem importância acrescida sublinhar o papel do sindicalismo no seu caminhar social e histórico, designadamente tendo presente o atual contexto de desmarcadas preponderâncias dos poderes económicos e financeiros no gozo de uma usurpação bastarda do político. Mais do que o papel, diria que a missão do sindicalismo deve prosseguir declarando-se ainda mais exigente, firme e robusta. Assim sendo, não posso deixar de concluir que importa unir forças, vontades e, sobretudo, responsabilidades neste tempo de dramática asseveração de um neoliberalismo impassível, que consigo roja modos de socialização e de contradições múltiplas com expressão em profundas desigualdades e em manifestos desequilíbrios.

Ao mundo laboral (pela centralidade humana e social que o trabalho toma sobre si) os sindicatos não podem igualmente deixar, neste momento histórico, de alargar intervenções e participações encorpando movimentos sociais mais amplos (fazendo deles parte) e com eles partilhar o aprofundamento da democracia e da sua verdade. Mobilizar e implicar para ganhar a vida não é (de todo) tarefa fácil. No entanto, bem mais complexo será, com toda a certeza, envolver e comprometer as pessoas na transformação social que consinta mudar de vida. Sem esta referência, diria que o chamado sindicalismo propositivo navega em águas turvas (por outros) agitadas. A experiência adverte, com alguma ironia amarga, que a unidade transita por aqui e não por meras lógicas e operações aritméticas de arranjos circunstanciais de lugares ou de poderes.

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