terça-feira, abril 14, 2015

EM TEMPOS DE ELEIÇÕES, AS CONCIÊNCIAS E AS VONTADES NÃO ESCAPAM À COBIÇA DOS MERCADOS

 

campanha politica

 

Neste clima eleitoral, em que o disfarce e a mentira animam a manipulação e se dão a reconhecer os mercenários que, partejados pela impetuosa indústria da comunicação, buscam pinchar poderes de novos palcos, aqui deixo o Elogio da Dialética, de Bertolt Brecht, como rumo sem fim à única Democracia em que creio.

 

 

 

A injustiça avança hoje a passo firme.

Os tiranos fazem planos para dez mil anos.

O poder apregoa: as coisas

continuarão a ser como são.

Nenhuma voz além da dos que mandam.

E em todos os mercados proclama a exploração:

Isto é apenas o meu começo.

 

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:

Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.

Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.

O que é seguro não é seguro.

As coisas não continuarão a ser como são.

Depois de falarem os dominantes, falarão os dominados.

Quem pois ousa dizer: nunca?

De quem depende que a opressão prossiga? De nós.

De quem depende que ela acabe? De nós.

O que é esmagado, que se levante!

O que está perdido, lute!

O que sabe e o que se chegou, que há aí que o retenha?

Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.

E nunca será: ainda hoje.

 

Invoco cuidado e atenção para esta abjecta avidez de domínio de consciências e vergadura de vontades. Eis o além do exercício da violência de tão poderosa venalidade.

 

 

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