Persiste em mim aquela inocência infantil que me leva a esperar que toda a gente tenha um natural sentido do certo e do errado. A esta candura improvável não se acerca, estou certo, o sublime das morais absolutas. Para mim, tudo é (ou parece ser) simples e cândido. O bem, aperfeiçoa as vidas; o mal, perturba as suas existências. De certeza certa estou que os deuses teimam em tecer a urdidura das nossas histórias e a desnaturar o genuíno das nossas disposições. Ao ingénito cerzem eles, apesar da bondade dos gestos, sempre uma outra ordem sem a arte da justiça e o engenho da compreensão. Perante o reiterado revés, rompe de ora em diante a inquietude das minhas determinações, impelida por uma vontade de renascer, na busca das fontes originárias, ao que parece, esquecidas ou mesmo perdidas. Sem messianismos redentores nem sebastianismos proféticos e promissores. Sem deuses. Apenas intentando encontrar a liberdade e as sociabilidades que me fazem sorrir na intimidade que entrelaça e abraça o humano e que nesse meu estar com os outros, me faz sentir verdadeiramente gente e, seguramente, um tipo mais feliz.
NOTA – O título do post é da autoria de Picasso assim como o quadro. Ambos retirados DAQUI.
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