Pedro Tadeu listou as mentiras e à Maria Luís Albuquerque acusou-a de mentirosa[1]. Das duas uma; ou a Maria Luís mentiu e é, com efeito, uma despudorada aldrabona, ou Pedro Tadeu, ofendendo a ex-ministra, incorre em conduta criminosa por calúnia. Não obstante, no plano da obviedade moral e cívica, aprovo a ideia do jornalista Tadeu de que a incompatibilidade de Maria Luís não é com a vida entre os abutres da finança, mas, sim, com a vida política sã. Mas como a Lei e a Moral, nos tempos que correm, não dialogam politicamente, tudo é possível.
Dizem os historiadores que o Ultimato inglês (1890) representou um sinal vexatório e humilhante para povo português, com consequências políticas e culturais consideráveis. O que pode esta referência histórica tem a ver com a trapalhada das presumíveis mentiras e das eventuais calúnias? É que as linhagens hoje são outras, de um outro universo, não baseadas na tradição histórica da pretérita e paroquial aristocracia, dando o caciquismo rural lugar à caciquia financeira da qual Maria Luís é uma ultramontana, certa e teologicamente submissa. Para mim, o que ela vai ganhar ou não, pouco ou nada significa. O que me importa significar é esse nó simbólico à entronização histórica de um outro aviltante Ultimato, aquele que igualmente nos apequena, o Ultimato continuado dos dissolutos delírios do eufemístico Mercado. E aí, Maria Luísa já há muito se definiu.
[1] No seu artigo de opinião no DN de hoje.
Imagem retirada DAQUI
Sem comentários:
Enviar um comentário