quarta-feira, agosto 29, 2018

LER, SENTINDO HISTÓRIAS MINHAS

 5da1c71f78e6_edipo02As diárias leituras, hoje bem passadas pela joeira de presumidos proveitos próprios, e ajuizadas pelos ecos que delas possam ressoar, oferecem-me um acrescido valor a uma vida arrastada, quiçá teimosamente rebuscada, que inspira, e vivamente marca, um embasamento – último, na verdade, mas sempre perplexo – à compreensão da humana vida. Esse lugar fundado, e conformado por múltiplas paragens de confortos desprotegidos, a todo o momento por mim desafiados, tem acolhido tocantes encontros profundos, uns pungentes, outros cenicamente fantasiados, todos eles familiarizados com histórias que se partilham, poucas confinantes, muitas certamente afastadas, algumas, por fim, insuportavelmente insuladas. Afinal, um lugar de fortes experiências, onde o provisório teve sempre um papel, o do compromisso de se oferecer à inclusão e respaldo de agilidades identitárias, todavia hoje ciente da imensidade do meu despreparado cuidado. Revisitar memórias, dar-lhes o merecido destino, desfrutando dos livros que se lê, do que com eles se cabouca, é muito provavelmente vasculhar a provisoriedade do transitório então rejeitado ou, mesmo, lamentavelmente despercebido. Revisitar memórias, enriquecidas por estes olhares ausentes, descortinados na fertilidade dos seus textos, desperta em mim um sadio aclaramento de histórias julgadas encerradas. Em síntese, favorece a ressignificação da minha história, nessa impérvia busca peculiar das suas terrenas verdades.

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