quinta-feira, dezembro 13, 2018

O MEIO-TERMO DAS MEIAS-TINTAS


É um desafio diferenciar a disposição que nos determina, do hábito que nos monotoniza. A disposição envolve o vivamente interiorizado. Um quê, vinculado e ético, que verdadeiramente nos toca, feito de uma particular dignidade. Por seu lado, o reflexo e urgente hábito, afeta a exigência do esclarecido poder de estar, aliás, de ser. O elogio do meio-termo, da ideia virtuosa do sequente mediano, não deixa de se fazer fatal critério. Desde sempre cómodo, quando não frouxo e preguiçoso. Em consequência, a inércia da aprontada rotina, assumida e admitida, tolhe o ímpeto da determinação. Não aos excessos, nada de extremos, é o lavrado e prático princípio que, na premência do juízo, se intromete. No despropósito dos excessos e dos extremos, moram imperfeições, adverte-se. Em modo de solfejo magnânimo, e num clima de fosca transparência, logo se treina  uma suposta e despontante razão prática. A moderação projeta-se, deste jeito, no acerto inexato de uma imaginosa proporção acordada. Embora se entoe as notas apreciativas do bom ou do mau, à sorrelfa se exercita, isso sim, a música alinhada do útil. O que remanesce é o entorpecimento do enlace dinâmico da relação que aproxima a disposição do hábito. Como? Mirrando a fecundidade ética da possibilidade dialética que, com efeito, vale e, sobremaneira, conta. Porém, abafado na (des)ordem das meias-tintas.

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