A vida faz-se para além do destino que se amostra. O destino, com permanência, escapa à vontade. À vida estende-se uma outra vontade, a do desejo e da subjetividade. A realidade e o Real estabelecem elos diferentes com a vida, e também com a vontade. A realidade inspira o pragmatismo, um útil que nos contém e, amiúde, reprime. O Real, por sua vez, recorda o desejo que, estranhando o verdadeiro vivenciado, acorda a Verdade que em nós resfolga. Um despertar mudo que se desvela empalecido quanto ao humano conhecimento de si próprio. Quebrado, aqui e ali, pela intensidade da vivência confrontativa com as leis improváveis. O já pensado revela-se, então, não esgotado ante o pensamento sempre insatisfeito. A finitude tem o seu termo na morte. O pensamento inquieto entreluz-se no infinito como porvir. Um destino imaginado no limiar de possíveis e de experiências, acolhendo a diligência do simbolizável. Afinal, preludiando roteiros que marquem, com renovada autenticidade, o nosso tempo e o nosso devir. Dando, sobretudo, presença ética à determinação e busca da Verdade, em defesa da sadia condição humana. Nesse fatal cenário do metabolismo entre a liberdade e o compromisso.
Imagem retirada DAQUI
Belo texto, Almiro!
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