sábado, agosto 31, 2019
A CRISTAS DE CRISTA ERGUIDA
O meu silêncio persistente dá-se há mês e meio. O querer escrever não atina com palavras que valham. Melhor, que mereçam a indelicadeza ao zelo que conforta o próprio silêncio. Repetir o já dito, de antemão, soa-me a obstinada sornice. Entre pensamentos e fantasmas a criatividade nada descobre. Então, o que me faz despontar neste horizonte de teimosas lamentações? Somente o topete que um outro silêncio devia recatar. Neste templo, e tempo, consagrado ao culto calculista do mérito, onde o sopro se fez ruído. Pois não basta a silenciosa lapidação que patrocina a meritocracia acomodada. Vai-se mais longe e fala-se bem claro. Se não chega o merecimento, acrescente-se-lhes a benemerência de outras mais-valias. Empilhe-se às vantagens outras e mais vantagens. Tonifique-se, sem qualquer embaraço, a andada da conformidade cumulativa. Endurecendo a disciplina das desigualdades que assim se vai firmando e afirmando. Sem acanhamento e nobreza política. O meu voto terá, assim e naturalmente, outro destino.
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