segunda-feira, novembro 21, 2022

HÁ DIAS E RUMOS

As rotas da vida nem sempre se fazem acompanhar da liberdade. Os caminhos, decididos ou devidos, desafiam, sem exceção, múltiplas e adversas inclinações. O “hoje e aqui” tudo pode estimular, confundir ou comprometer. Ainda assim, associada à vida, a emancipação hesita no exercício e uso da sua inspiradora razão. Aí e diversamente, sempre sujeita à serenidade do afeto, à agitação da emoção ou ao todo recomposto que as vinculam. Sentimentos, de mais a mais, aparentemente contraditórios e por vezes incombináveis, embora visceralmente determinantes. O afeto e a emoção tornam-se, pensando bem, pilares basilares dos arrimos humanos da compreensão, ou seja, da razão capaz de mais verdade. Sobretudo, da verdade que nos acompanha e, com uma inevitável certeza, nos reconduz na nossa indeclinável sintaxe identitária. Por isso, todos os dias há dias e rumos que nos marcam, ou seja, circunstâncias que nos desafiam enquanto seres intencionais. Por isso, a liberdade julgo tornar-se incómoda pela exigência da sua verdade, não só moral, mas intrinsecamente existencial.

Sem comentários:

Enviar um comentário