domingo, julho 28, 2024

A MELODIA SILENCIOSA DO INQUIETANTE DEVIR

O ideal do bem humano não deixa de viver com o homem na sua progressiva e enleada mundanidade. O dia-a-dia das possibilidades, dos entusiasmos e das deceções fazem sempre parte empírica dessa inevitável utopia. Uma vida incessante e incansável em que se interroga e busca o modo ético desse desígnio humano. Sem fim, de ousada e arriscada ambição na procura desse caminhar incerto, embora estimulante, afrontando a busca fundada na humana verdade. Seja dentro de nós, seja nos outros que nos acompanham e que connosco se relacionam. Apurando a crescente e confinante trivialidade onde a verdade nos escapa e a razão ética se enfraquece na imediatez contínua e persistente da desatenção. Isto posto, porventura resgatando a inevitável busca de si tornando a desvalida vida num permanente confronto com o ansiado fundo de si próprio. Ou melhor, no interior dessa constrangedora e íntima liberdade, que José Régio acautela através do seu encosto ao refúgio “não sei por onde vou, não sei para onde vou, sei que não vou por aí”.

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