A afirmativa do primeiro, o Poder, concentra-se no centro da lei, ou mais nitidamente, no modal campo de governar. Os outros, os ditos pilares do poder, situam-se, como se sabe, mais ou menos silenciosos, no operante cenário aditivo. O primeiro catequiza a doutrina e controla a autoridade. Espreita a todo o momento o infrator, castiga o abuso e achaca sempre em voz alta o acusável indiscreto. Os outros sempre subordinativos, calculistas ou ingénuos, medeiam nas franjas dos consequentes corpos sociais. Os primeiros lá de cima, apesar do comando, mostram-se incapazes, logo, dos outros não se desobrigam. A ideologia, quanto a isto, mais que do que ideias e valores fixa-se nas práticas úteis e reguladoras da diferença e da subordinação. A palavra, pois então, procura nesta onda nem sempre alcançável, a sua inverdade aventando ameaças, fantasiando constrangimentos e alucinando vergonhas. A arena da civilidade, então, e em tal caso, derrama o seu sangue para fora dos seus vasos sanguíneos, despistando sentidos, suscitando anomias e refreando as convivências de corresponsabilidade. O chamado mundo comum, o dito mundo do humano, assim se vai perdendo neste desdobramento excessivo do pressuposto ferramental da cultura técnica e competitiva avassaladora nestes tempos onde o conflito ganha presença, se vulgariza e, mais desacertado ainda se torna, através da sua elogiosa reputação. É nesta teia de tramas, ilusões e preconceitos que busco vislumbrar a bondade das bandeiras que me cercam agitando as atraentes ambições de liberdade e de democracia.
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