sexta-feira, março 21, 2025

O MARASMO TORNA-SE DOENÇA

A mesmice não é apenas arrastar-se por monotonias repetitivas e assépticas. É, principalmente, esquivar-se da possibilidade de imaginar, inventar e criar. Essa apatia íntima, ao se arrastar, leva-nos a uma aparência sem verdade, a um simulacro de rotinas e de artifícios cegamente acessíveis. O pensamento e a ação, ao depreciar a inovação, circulam pelos rumos tediosos e perversos de um certo trabalho e de uma vida sempre recordada. Falar de rotas criativas exige-nos um outro estado de espírito, capaz de enfrentar esse sombrio marasmo. Ou seja, é preciso ousar pensar e agir de forma diferente e decidida, livre de preceitos já enfraquecidos. Estar atento ao novo, ao circunstancial e ao impensado, acreditando na possível criatividade de renovados horizontes, abertos a diferentes possibilidades do homem criativo, é fundamental. Dar valor e sentido à criatividade implica um porvir florescido nessa essencial mudança de perspectiva e no seu constante questionamento do que já tenha sido dado e em remanso desgastado. Como alguém diria, não raras vezes, a ciência alcança a arte. Não raras vezes, a arte alcança o espiritual. 

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