Nada de raças: chamam-lhe pátria, cultura e tradição. A manha enrola-se na intolerância, entrelaçando hinos e bandeiras, fardas e fronteiras. O racismo silencia-se deslizando na dolência da nacionalidade, do patriotismo e da exaltação dos seus pátrios valores. A reprovação ganha terreno sob o nome de amor à pátria, mascarando o ódio e disfarçando-o no abrigo da honrosa cultura. Mas o artifício finório depressa se torna cristalino no traçado das suas linhas: dentro e fora, os que merecem e os que permanecem estranhos. Quando a “nação unificada” se ergue, é sempre para expulsar, excluir e marcar os que não cabem no retrato. Velha doença, novo uniforme. O racismo veste-se de bandeira e canta hinos. Expulsa, exclui, divide. E o obsceno capitalismo? Esse, claro, manter-se-á afinal silencioso, pois esse ódio chegar-lhe-á a ajustar convenientemente a conta.
Sem comentários:
Enviar um comentário