O “Blá-Blá-Blá” significante desta direita de ruidosa e intensa verbosidade, obstinadamente exagerada e de procedência onomatopeica, solta-se de um engenhoso manejo simbólico, repisando palavras que soam a valores, contudo, exauridas de simples e humana verdade. Não tagarela para esclarecer, mas, pelo contrário, para mover afetos e identificações, papagueando para dividir, ludibriar e juramentar.
Significar sujeitos implica reconhecê-los enquanto sujeitos
de desejo, de conflito e de contradição, e não apenas como entidades abstratas
usadas para justificar juízos. A sua força não reside na figura simbólica, mas
na emoção que a persistente e deslavada mentira provoca. Por isso, o seu
discurso transpira sarcasmo e hipocrisia, simulando amor ao povo enquanto o
empobrece e encurta o bater produtivo do seu coro de obediência.
Como todo o poder que teme o sujeito, prefere a palavra
inócua e vazia, fugindo da voz livre. Essa raia da direita tornou-se arguta na
idolatria dos seus significantes - pátria, liberdade, povo - temendo, porém, os
sujeitos reais que essas palavras poderiam libertar. O seu discurso faz-se,
assim, sarcástico, apresentando-se em nome do povo para o manter “festivamente”
emudecido. A ironia do termo desmonta, assim, a seriedade desta exaltada
direita, barulhenta, superficial e “autocelebratória”. Pelo seu ridículo e
caricatura do “Blá-Blá-Blá” do seu discurso com assento na mentira emocional.
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