domingo, outubro 05, 2025

O BLÁ-BLÁ-BLÁ DA DIREITA FESTIVA

O “Blá-Blá-Blá” significante desta direita de ruidosa e intensa verbosidade, obstinadamente exagerada e de procedência onomatopeica, solta-se de um engenhoso manejo simbólico, repisando palavras que soam a valores, contudo, exauridas de simples e humana verdade. Não tagarela para esclarecer, mas, pelo contrário, para mover afetos e identificações, papagueando para dividir, ludibriar e juramentar.

Significar sujeitos implica reconhecê-los enquanto sujeitos de desejo, de conflito e de contradição, e não apenas como entidades abstratas usadas para justificar juízos. A sua força não reside na figura simbólica, mas na emoção que a persistente e deslavada mentira provoca. Por isso, o seu discurso transpira sarcasmo e hipocrisia, simulando amor ao povo enquanto o empobrece e encurta o bater produtivo do seu coro de obediência.

Como todo o poder que teme o sujeito, prefere a palavra inócua e vazia, fugindo da voz livre. Essa raia da direita tornou-se arguta na idolatria dos seus significantes - pátria, liberdade, povo - temendo, porém, os sujeitos reais que essas palavras poderiam libertar. O seu discurso faz-se, assim, sarcástico, apresentando-se em nome do povo para o manter “festivamente” emudecido. A ironia do termo desmonta, assim, a seriedade desta exaltada direita, barulhenta, superficial e “autocelebratória”. Pelo seu ridículo e caricatura do “Blá-Blá-Blá” do seu discurso com assento na mentira emocional.

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