O decurso da evolução psicológica e emocional de alguém ao longo da vida não é um ganho súbito nem fruto exclusivo da experiência acumulada. É, antes, a formação lenta de uma subjetividade que se vai depurando no tempo, à medida que compreende as perceções, as obrigações e os desenvolvimentos que a envolvem, sejam eles cognitivos, emocionais ou morais.
Trata-se, naturalmente, de uma metáfora poética que descreve
a conversão de uma intenção, desejo ou energia interna, o impulso, num gesto
concreto, visível ou expressivo.
Muitas outras faces acompanham o curso dessa transformação
de atitude e de comportamento: o medo que se torna postura, a vulnerabilidade
que se revela estilo, a inquietação que amadurece em ética. É essa tessitura
que sustenta a essência de uma pessoa no meio social, mesmo em ambientes
distantes ou adversos.
A constância da condição humana, a sua presença obstinada, lembra-nos
que não somos apenas aquilo que sentimos, mas aquilo que, sentindo, exige de
nós a coragem de assumir uma inclinação, quando não um caminho. O tempo,
provavelmente hoje muito incerto, exige de nós superar medos e incerteza para
agir, reagindo pela e com LIBERDADE.
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