sexta-feira, março 23, 2018

O INFERNO ESTÁ NOS OUTROS, EIS A CERTEZA DO NOSSO FUTEBOL


O futebol e seus abarcantes, pouco a pouco, cada vez mais, consomem (e consomem-se de) uma prática viciada e viciante. Animada por interesses e valores bem diferentes, e diferenciados, nesta trama todos são cúmplices e, paradoxalmente, de igual modo coniventes. Afigura-se, assim, uma realidade de obscura obediência, supostamente a uma intrusiva teologia à volta da bola e das suas piruetas. Brotada esta, quiçá, por uma vulgata versio que a todos desobriga do sacramento da razão. Da religião assim emergente enxerga-se, certamente, um qualquer cabalístico deus fanático, que se revela em espírito aos seus santos caudilhos. Daí, aos diletos intérpretes destes impende o posterior e divino apostolado do urgente refinamento dos seus crentes. Adquirida a vital e acossada , condição precípua de acolhimento e pertença, o desprotegido entendimento, agora sobrante, apenas alcança a evidência do dogma que assim se tonifica. Deste jeito, o fanatismo religioso em modo clubístico talvez baste. Desde de que a decência da virgindade original se invente diluído na trama religiosa da semelhança. Tarefa a que alguns intelectuais da nossa praça se dedicam com genialidade, pedantismo e … patético patetar servilheteiro.

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