segunda-feira, abril 06, 2020

QUEM MENTE? O REAL, A IDEOLOGIA, OU AMBOS?



A minha voz é a de um simples ser humano. Nem otimista nem pessimista, unicamente mitigado pela realidade. Como dimensões civilizacionais, continuo a dar valor às ideologias, às espiritualidades e às religiões. Admitindo, contudo, as suas inabaláveis e imoderadas dissonâncias. No que concerne à economia, não creio que o capitalismo seja algo consubstancial às relações humanas. Acredito, sim, que os poderes multiformes determinam aí o seu enlace e consequências. Por isso, o liberalismo (económico) em tempo algum me persuadiu enquanto valor de emancipação do homem. O tempo advém e as sequelas anunciam as suas caprichosas doações. Os ricos fazem-se mais ricos e os pobres, mesmo com mais, empobrecem. Por força não só da pouquidade, mas também fruto das desigualdades, das suas iniquidades e das exigências sociais e económicas do tempo presente. Todavia, afirma-se, aliciando as massas, que em média os rendimentos têm aumentado. Uma fórmula em que o rigor matemático, na sua exatidão, falseia a verdade social. Dividir 5 por 5, dá um a cada um. Se dos 5 alguém levar metade, os restantes 4 só por ideologia aceitam a divisão liberal, alegórica e ideológica. Não sendo um perito em matéria de bálsamos, não deixo de reconhecer o bafo rançoso desta sociedade capitalista de mercado. Sobretudo, e em particular, a provinda desta oferecida Europa e dos seus templos cultivadores da religião capitalista, do culto do dinheiro e consequentes liturgias. Promete-se aromas deleitosos, mas a compulsão deste inconfiável poder, aliás sem relevantes contrapoderes, apenas nos destina o cheiro e o sabor acre da impotência. Ainda assim, com esperança, afirmando-me sempre por um futuro mais solidário e humano.


Imagem retirada DAQUI

Sem comentários:

Enviar um comentário