Em tempo de isolamento trago de volta a boémia que me iluminou. Esse outro tempo, a da arte de viver a menoridade e de estimular a luz alegre da razão crítica. De pensar e viver o humano liberto de fundamentos anquilosados em crenças e preconceitos. Lugares bem vivos, e não asilos de necessitados recolhidos, nem refúgios de tímidos medos. Tempos de euforia, de experiência e de margens. Tempos de usar a liberdade, de a descobrir e de se entranhar na sua luz, ousada e irreverente. Em axiomática rutura com a torpe amorfia cravada no realismo sombrio do seu quotidiano. Aguardando outro tempo, e com certeza novas ordens. Mas a boémia, essa boémia, sinto-a perdida nas memórias do tempo. Mas, afinal, o que resta cá está. A vitalidade da sua presença gravada no meu corpo já gasto e engelhado.
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