Repetidamente, a urgência em explicar desleixa a exigência de compreender. Porém, a explicação não advém, sem mais, da compreensão, mas desta não se desobriga. Envolvem-se mútua, e certamente, quando, com paciência, a determinação se resguarda do consolo fácil, quiçá útil, da simplificação. Escutar, com distância, muitas das vozes ao serviço do mundo do futebol, faz-se uma experiência superior. Logo se adentra numa ardorosa e ostensiva várzea que desvincula, de modo interesseiro, a emoção do pensamento. Aí se excedem, pois então, pressupostos e preconceitos que enfraquecem a razão, banalizam o desvio e incapacitam a sensibilidade. Culpar apenas os adeptos é cobardia, é situar a causa distante da causalidade e esta retirada da sua prevalência. As sintomatologias da modernidade movimentam-se, além do mais, no fenómeno do futebol. As suas raízes, no presente, tornaram-se bem mais abrangentes, entranhadas e obscuras.
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