A cultura contemporânea tende a valorizar excessivamente o
prazer imediato, dando destaque ao êxtase momentâneo. Esse prazer, muitas
vezes, é vivido de maneira fugaz e sem uma reflexão mais profunda, sendo
consumido de forma passiva e acompanhando as circunstâncias distraídas que nos
cercam. Nesse cenário, a emoção predominante é uma animação impetuosa, que cria
uma fantasia de agitação superficial. A ideia de desordem, vivacidade e tumulto
acaba obscurecendo questões fundamentais, como a saúde, o bem-estar coletivo e
as dificuldades cotidianas. O foco no prazer efêmero desvia a atenção do
compromisso mútuo e das relações profundas, favorecendo respostas desumanas que
se espalham pela sociedade atual, marcada pela incerteza.
Diante disso, é urgente prestarmos mais atenção aos sons
dispersos e aos ruídos que permeiam nosso pensamento. A escuta atenta de
ideias, neste contexto, se aproxima da escuta psicanalítica. Devemos, assim,
cuidar de nós mesmos, igualmente.
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