Essa forma de se supor, sem argumento ou consciência legítima, é uma resposta à exigência social como forma de se acomodar a uma normalidade fixada, ou melhor, a uma regularidade que nos distancia de um autoconhecimento mais rigoroso e profundo. A verdade da autenticidade, de modo contrário, requer uma consciência transparente da própria finitude assim como um compromisso com possibilidades existenciais mais enraizadas. Ser autêntico não é simplesmente seguir um ritual, mas sim confrontar a dúvida, a hesitação e, sem apreensão, caminhar com a sua própria verdade, sem disfarces ou escapatórias. A procura pela perfeição, enquanto busca pela autenticidade, desafia-nos a resistir às rotinas instintivas e insubmissas à verdade que nos acompanha. Não se trata de um apuro acordado ou modo repisado, mas de uma progressividade constante do "eu" à medida que nos revemos mais conscientes e nos sentimos igualmente mais harmonizados connosco mesmos. Não se trata de uma vontade obsessiva de atingir a perfeição abstrata ou idealizada, mas sim um esforço de alcançar uma vida mais autêntica e plena, tudo feito com a íntegra consciência e responsabilidade.
Caminhar no encalço de um propósito de afinamento e
apuramento é, neste sentido, um humano exercício de liberdade. A verdadeira
liberdade não está em seguir um caminho predefinido ou cumprir um conjunto de preceitos
exteriores, mas sim em poder escolher livremente aprendendo a assumir as
consequências dessas opções. É bom que se lembre que a autenticidade exige essa
liberdade, uma liberdade que não se restringe à ausência de restrições
externas, mas que se expressa na responsabilidade de assumir e viver de acordo
com as próprias decisões. Assim, a busca pela perfeição não é uma fuga de quem
somos, mas um reencontro com o nosso verdadeiro ser.
Em jeito de conclusão, no decidir por essa vida mais sincera, desaprovemos o finalismo que nos aprisiona à repetição sem reflexão. Em vez disso, abracemos o dinamismo existencial que nos permita confrontar a realidade da nossa própria finitude em busca de uma vida mais saudável e humana, não apenas em termos materiais, mas sim procurando o valor humano decorrente da digna verdade interior. Essas deslocações põem em atividade destacar, de um modo mais evidente, o confronto entre o fado espontâneo e a vivacidade reconhecida, em favor do conceito de perfeccionismo, enquanto vontade de atingir o perfeccional como causa evolutiva e existencial. Para a perfeição do Ser há que saber resistir à rotina mecanizada em busca da inevitável luz da nossa verdade. Saibamos dar importância de fazer da filosofia uma prática diária, uma filosofia que transforme o homem e o oriente na busca por uma vida mais autêntica e significativa.
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