Vive-se um tempo em que se está na moda de usar pedaços de verdade para esconder indesejáveis mentiras. Técnicas retóricas que são usadas com habilidade para distorcer a informação, manipulando-a com meias-verdades e omissões estratégicas. O objetivo é claro, ou seja, enganar e influenciar os resultados a favor de certos interesses.
Essas estratégias usam disfarces bem pensados. A verdade,
apresentada de forma fragmentada, serve para dar um ar de legitimidade a
argumentos muitas vezes falsos ou enviesados. Mesmo quando os dados são reais,
são retirados do seu contexto para evitar o desconforto que poderiam causar.
As generalizações enganosas são frequentes e baseiam-se em
casos isolados, apresentados como se fossem representativos do todo. Assim, em
vez de mentir abertamente, molda-se a perceção da realidade, guiando o
pensamento do público numa direção que lhes é conveniente.
Esses retalhos de verdade funcionam como selos de
autenticidade. Mas escondem, na verdade, a complexidade de situações que
incomodam ou desafiam certas narrativas. Por serem difíceis de desmontar, já
que exigem atenção, tempo e argumentação cuidadosa, estas verdades parciais
tornam-se armas eficazes na manipulação ideológica e cultural.
Este é, pois, um cenário que devemos saber reconhecer. É uma
ameaça silenciosa à democracia e aos seus valores fundamentais. O futuro está em jogo…
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