Acabei de ler o texto de Patrícia Fernandes no livro “WOKE FIZEMOS?”. Suportei um fruto teórico e representativo de um sufocante conservadorismo intelectivo. Confrontei-me com um "wokismo" disforme, reduzido à arte e ao cuidado das universidades norte-americanas que, ignorando as complexidades efetivas dos conflitos sociais, se tornou um artificioso embuste. Em vez de se dirigir a relacionar as ideias de forma lógica, coerente e crítica das evoluções culturais, optou por satirizá-las como quem questiona uma tempestade sem agitação temporal. Confunde-se disputa com doutrinação, crítica com ameaça, mudança com declínio. A universidade é tratada como foco de perversão intelectual, quando na verdade é, ou deve ser, um palco de disputas legítimas pelo sentido humano e do comum. Este tipo de texto, incomodado com a dialética dos tempos, não pensa o presente; logo, resta a renegação. Assim, não examina, espelha em caricatura. É um abrigo através do statu quo mascarado de fulgor crítico, onde tudo o que não cabe na matriz tradicional é mostrado como desvario. Mas o mundo renova-se, e o pensamento se quer mostrar-se vivo, não pode ficar pela lamúria retrógrada. Muito menos pela caturrice reacionária.
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