(Nota – Este será o primeiro de uma série de escritos
editados em sequência, cada um procurando desanuviar uma abertura estreita
sobre o real.)
A vida que habitamos não se apresenta apenas; a vida que
invocamos, essa sim, representa-se. O que chamamos “realidade” é já, muitas
vezes, um teatro encenado, onde o desejo se acasala com o medo, o gesto com o
gozo, e a opinião com a obediência.
Partindo do incisivo “fazer frente” de Slavoj Žižek – esse
pensador que põe de fronte o riso e o abismo –, esta série de pequenos textos
desbravará os subtérreos do quotidiano, onde a ideologia se amaneira como
hábito e o inconsciente se exprime como se fôssemos, verdadeiramente, nós.
Textos curtos, possivelmente não leves. Tentativas sucintas, sim, mas não neutras. Assim sendo, o convite é simplesmente este: descer ao palco da vida comum e tentar ver o que se passa nos bastidores. Porque o que está em cena é mais do que parece. Pensar tornar-se-á, talvez, cada vez mais um ato de resistência. Veremos, então.
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