terça-feira, abril 10, 2012

Os riscos do PC

 

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Segundo o Expresso, Passos Coelho (PC) em reunião com grupo parlamentar do seu partido (a 29 de Março) reconheceu em privado o que não admite em público; a forte probabilidade de elevado risco social. Uma constatação apenas:

 

  A solicitação feita aos seus deputados para que reforçassem a vigilância sobre as suas gentes e lhe dessem notícia (atempada) de toda e qualquer ocorrência que pudesse vir a perturbar o sossego (superficial que fosse) da ordem.

Como parece ser evidente, o propósito lógico e consequente é o de atalhar a tempo qualquer possível foco de alvoroço e, sobretudo, evitar recorrer às desmedidas ações policiais como prova pública e mediática de desgoverno. É sabido que manter a ordem é politicamente mais acertado, sensato e eficiente do que ter de a repor. No entanto, a constatação e a evidência que aqui se apresentam não são trejeitos de má vontade mas (e tão-só) expressão de olhares diferentes e de semânticas distintas.

Onde PC avista homogeneidades (o distrito como categoria de análise), muitos outros enxergam e sentem a transversalidade cada vez mais funda de assimetrias várias. Onde PC calcula riscos, muitos outros pressentem polícia e temem sovas. Onde estes encontram e vivem dramas sociais (e não apenas riscos), o PC fantasia inevitabilidades. Como risco significa perigo, poder-se-á concluir que cada qual risca à sua maneira os perigos que pressagiam. Assim sendo, a dúvida persiste; será que a vigilância requestada por PC aos seus correligiosos vai estancar o aumento progressivo dos riscados? Não acham que este poderá ser um critério aferidor?

Nota: PC significa Passos Coelho e não Pinto da Costa ou qualquer outra denominação.

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