Carlos Fiolhais, um homem da Ciência, deu uma entrevista ao Expresso. O sublinhado, em jeito de título, não deixa de ser mordente - Se perguntar o que é o amor, a ciência não saberá responder. Se a ciência não sabe, não pode explicar. Logo, não se aventura em respostas. Mas quantos de nós, falamos de amor porque o sentimento nos consente faze-lo? Quantos de nós, na dúvida ou ausência desse sentimento, damos voz a convicções? Mas, donde despontam as crenças que seguram tais convicções? Qual a natureza e a incumbência, sobretudo histórico-culturais, de tais créditos? Duas asserções de Fiolhais me tranquilizam e, simultaneamente, me desafiam. A primeira, a que antecede o precedente sublinhado - A vida é um dom maravilhoso, e está cheia de aspetos não científicos - e uma outra seguinte que me acalma - O cientista não lida com a categoria de Deus. Em jeito de remate, construo então uma insofrida convicção; o amor não será determinável pela Ciência nem, tão-pouco, em concubinato com um qualquer deus. Assim sendo, resta-nos a liberdade de caminhar, na descoberta e busca da partilha intima e verdadeiramente humana do amor. Valha-nos ao menos isso. Queiramos e tenhamos firmeza, nós, de ser resolutos nessa pretensão.
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