Atento, não deixei de pensar, de imaginar o padre, o homem, o marido, o pai, a quem muitos tratam por Xico Nuno. O que nesse entretanto se recontava, em mim, fazia-se estímulo à criação romântica de uma figura talentosamente sólida, ainda que múltipla, simples e decidida. Uma história, uma vida em que a liberdade parece desvelar-se em impulso sereno, ainda que intenso e apaixonado. Fazendo do seu tempo, um tempo absoluto, inadiável.
Para o Xico Nuno a liberdade mostrava-se, talvez, uma força vital, não uma finalidade. Uma condição da sua e nossa própria condição. Reconhecendo limites, sim, mas destes sulcando as leivas resgatadoras de esquecidas determinações. Com outros, jovens e não só, partilhando experiências do pensar livre e do criar agrupado. Ousando plurais caminhos na senda de uma sociedade de sujeitos, e não de seres enfraquecidos de suas forças de vida. Libertando a liberdade, essa força medular que tem por atribuição cuidar da vida digna. Mais perfeitamente, imputando a essa força, a essa liberdade, a infinidade de sua dedicação. Seguramente, uma voz despojada que a dignidade da condição humana, ao longo do seu tempo, testemunhou, e hoje apresenta-se reafirmada.
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