domingo, janeiro 22, 2023

A ARTE DA ARTIFICIALIDADE

 O desejo não se basta com o trivial peregrinar da necessidade. A sua medular presença soterra-se na mnemónica de efémeras e repostadas satisfações. Ou por outra, resfolga nesse calado tédio da embalada permanência. Cumpre-se o imediato apetecido, mas não o fundo da experiência da satisfação. O inconsciente absorve o gozo encolhido na história da sua sinuosa e duvidosa agitação. Do desejo empobrecido no seu ser-aí e da sua linguagem. Afinal, tudo parece anunciar-se indistinto, solto e insuficiente. De costas voltadas para o irmanado sentimento do humano, do apego e da verdade.

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