sábado, junho 15, 2024

O BELO

Quando o olhar me encanta, as palavras calam-se dentro mim. Desde logo o imaginário se me manifesta de forma livre, expandindo-se sem pressa. O íntimo surge e aqui vagueia ainda que silencioso. Um outro modo de sentir desponta e se transforma em um olhar singular, que se solta e me reavive. Sem razões primeiras ou prescientes. É um sentimento que, por si só, me faz devanear pelos sonhos que idealizo, e aos quais, abertamente, me entrego. Seguro de uma distinção que me inquieta marcada pela livre palavra e pelo enigma que a envolve. Valorizar o diálogo silencioso torna-se, então, uma escolha de estar, de ver e de reconhecer a beleza do Belo. A inspiração proteger-me-á, aflorando-se sempre viva. Devaneando a cada instante nesse céu azul da arte viva do silêncio. Uma arte de viver, de viver no segredo do seu silêncio.


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