A liberdade tem o seu tempo, um tempo forçosamente histórico. Depende não de uma transcendência, de um “em si”, mas certamente de uma subjetividade que é sempre consequência de uma cultura, de um tempo. De um bem e de um mal, ou de outras convicções que igualmente conformam a comunidade de sentimentos e as suas faculdades de discernir. O bem torna-se assim o comum dos homens, um comum que se converte em norma, em esquemas que, de forma coerente, vinculam múltiplas e contíguas retóricas. O sentido ético faz-me, neste contexto, companhia, mas não me esclarece as saídas, nem, em tempo algum, me aconselha. A vida torna-se, quem sabe, uma arte de viver, fazendo do homem livre um aguerrido que não esmorece. Parafraseando livremente Deleuze, enfatizo a ideia de que nunca nada é realmente conhecido; muito do que é reconhecido é arrasado, tudo isso em favor de um engenho do desconhecido.
Sem comentários:
Enviar um comentário