Há destinos incomplacentes em que a partida se faz aproximação. O certo, o que persiste e subsiste, acoita-se no espírito das memórias, das palavras e dos pensamentos. Uma vida, afinal, marcada pela vida que ainda sobra. Na prova da ausência, e do silêncio, que dela sempre desponta. Enfim, uma distância sem cálculo de um percurso que se faz sempre só. Reconhecendo, decerto, a presença dos que partem na sua imanente intemporalidade. Partiste, sim. Uma contingência, afinal radical, que merece e exige sentido. Quem sabe, como afirmaria Anselmo Borges, através de uma outra presença. A Presença sagrada, divina, como seu fundamento e sentido últimos. E tu, Carlos, sabes, bem melhor do que eu, sabes que não estás evidentemente só.
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