Muitos exemplos são-nos, continuamente, oferecidos. Decantando gestos, pessoas, coletivos ou mesmo ideias. Na busca de os tornar modelo ou de os fazer valer como lição. Do exemplo ao exemplar as conotações modalizam-se e, amiúde, derruindo o impreciso da evidência. Um suspeito exemplo, deste jeito, tudo faz para se mostrar exemplar. Aliás, o duvidoso sabe e vive do sagaz ofício da exemplaridade. Despido certamente de uma segura ciência moral, chama a si o fosco útil da polissemia. Seduzindo ou coagindo mediante o solto arbítrio do poder de encantar ou de se impor. Uma e outra vez, através de liames insistentes que, com o tempo, se vão familiarizando. Suavemente protocolizando. Exemplarmente justiçando. Humilhando a simplicidade ingénua, sempre crédula e disponível. Com a opacidade facilitando a acolhedora doxa infundada. A vida por aqui passa, silenciosamente!
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