Um testemunho [1] que retrata, objeta e aclara mudanças, algumas delas desafiantes em face dos seus abalos na nossa vida. Desde o simples e mordaz “like”, na busca pessoal e ingénua de enganosos reconhecimentos, à extensa dimensão traficante de dados como fonte de lucro ou rendimento, assim como a outros silenciados tópicos que aí se ilustram. Julgo que ninguém duvidará que as redes sociais nos oferecem coisas auspiciosas, ímpares e surpreendentes. Todavia, os algoritmos que as confirmam sempre processam informações, encontram soluções, resolvem problemas e causam mudanças. Muitas destas versatilidades parece revelarem-se de intencionalidade danosa. Sim, mas aqui chegados, perguntar-se-á; para onde nos poderá levar esta palpitante arena de mediação? Para uma menoridade humana regressiva ou, pelo contrário, favorecerá a nossa liberdade, aperfeiçoando a nossa inteligência e comunicação? Lembremo-nos que, ao longo dos tempos, bem antes das “redes sociais”, a dependência sempre nos limitou e o negócio nos utilizou, porventura, nem sempre nos servindo. Porém, uma certeza se apresenta; o digital veio para ficar, apensando-se ao mundo real e fazendo deste o seu próprio mundo. Sintetizo, citando João Almeida Santos: “… tal como aconteceu com a televisão, esta revolução será devidamente metabolizada pela História e conhecerá o destino que formos capazes de construir, agora que a cidadania tem meios para o fazer como nunca teve no passado”. Haja, então, saber e coragem de utilizar a inteligência e a liberdade que o exercício da cidadania exige e a nossa humana condição impõe.
[1] Documentário da NETFLIX sobre “O Dilema das Redes Sociais”.
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