terça-feira, novembro 02, 2021

VAMOS A ELEIÇÕES

Não poucas vezes a mentira piedosa alicia a razoabilidade que prenuncia o que se espera escutar. A ideia açodada pelo amparo e segurança antepõe-se à alternativa do que possa estorvar. Assim, o precioso imprevisto deste continuum jeito, a cada instante refeito, torna-se então objeto inescusável do ofício da ilusão e da mestria do sôfrego exercício. Reclinando ou desnaturando os factos, habilmente se ilude o que é … em coisa diferente. Na circunstância, o sem-fim político desta ajeitada fabulação, bem arrumada por calados e membrudos poderes, depressa afina coligados interesses e vitais agilidades. Do dolo e finório gesto grupal, acolchoado de cínica moralidade, cria-se o traçado da agitação aproveitando então a apetecida onda despontada. Com ardileza, e aptas práticas ábditas, arrumam-se as gentes e dá-se aos movimentos acerto e conveniência. Em liberdade, diz-se. Por coincidência, arrolada esta ao relento da entrópica ficção que, aligeirada, abre mão da urgente verdade. E a culpa, como sempre, aos mesmos pertence. Os açuladores simulam-se mártires, os padecentes obstúpidos tão somente votam e, ao sabor da contingência política, a empatia do vicioso círculo, destarte, vai sustentando a exotérica rotina do esquema. As eleições aproximam-se e o método ressoa. Com papas e bolos assim se vão fazendo as cráticas mentiras que, liberalmente, aos tolos são servidas.

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